no contexto das notícias ultimamente veiculadas relativas a situações de violência nas escolas e contra professores, não deixa de ser algo engraçado ver a associação feita entre violência e disciplina;
não é, por um lado, usual esta associação (o usual será a associação entre violência e indisciplina), por outro, também não é usual dissociar as situações de violência da sala de aula ou de contextos sociais que variarão entre a marginalidade e a exclusão social (quando não mesmo ambas em associação directa);
contudo, o que se assiste, pelo menos por parte de alguma comunicação social e que consigo arrasta correntes de opinião, é exactamente a quase confusão entre conceitos (violência, indisciplina, disciplina, comportamentos disruptivos) como se fossem todos o mesmo ou, no mínimo, valessem o mesmo - o que está longe disso;
como não deixa de ser paradigmática a afirmação da necessária defesa de autoridade e poder do professor, como se, só por si, fosse suficiente para a resolução destas situações e o reconhecimento de crime público fosse condição necessária (sabe-se lá se suficiente) para a minimização das situações de violência;
que a comunicação social faça (e fomente) a confusão de conceitos, dou de barato; que haja elementos que não conseguem perceber onde termina a disciplina e começa a indisciplina e que esta decorre de uma interacção (habitualmente pedagógica), também é o menos;
agora que sindicatos e docentes alimentem esta ideia - que com o reforço do poder do professor se minimizam estas situações - já custo a compreender e a aceitar;
mas o erro até pode ser meu;
segunda-feira, março 5
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