quarta-feira, janeiro 24

visibilidade


sempre gostei de arquitectura; da sua representação, dos seus pressupostos, das lógicas de organização não apenas do espaço mas das lógicas que organizam esse mesmo espaço - por isso gosto deste espaço;
historicamente é uma das referências de marca na interpretação da coisa passada (quando não mesmo da presente); é através dela que podemos perceber lógicas do pensamente, culturas de relacionamento, pressupostos de acção e de intervenção - a transição entre o românico e o gótico não se faz apenas assente em pressupostos técnicos, a volumetria do barroco não é um adereço, entre outros exemplos;
há dias, nas minhas leituras, confirmei a ideia e o gosto; num texto sobre a pós-modernidade (seja lá isso o que for) encontro a referência que a arquitectura é das artes que permite visibilizar conceitos, neste caso o de pós-modernismos, mediante lógicas de organização dos espaços que mais não são que lógicas de fluxos, de redes, de partilhas, de fluências, de modos de encarar a relação entre o espaço público e o espaço privado, a decomposição do complexo;
olhar a arquitectura sob o signo do conceito é um outro desafio e percebemos a estruturação do espaço em nossa volta, o que ele significa, o que ele nos quer transmitir, a diferença entre o project e o vivenciado pela pessoa determina uma outra rede de significações.
é este espaço de visibilidade que muita das vezes nos impede de ver o óbvio; óbvio quando alguém nos chama a atenção, nos prende o olhar, nos explica o que estamos a ver;

Sem comentários: