terça-feira, outubro 24

do barulho

O miguel fala em spam político, como há quem queira dissecar política e analitacamente o trabalho ou a manipulação jornalística deste ou de um qualquer governo;
mas há algo que falha nestas análises; elas assentam em redes em que é manifestamente impossível silenciar a crítica e a participação como é esta blogosfera;
em tempos idos aceitava-se que um telejornal manipulasse uma notícia, que uma manchete criasse um caso; isto é, aceitava-se, de bom ou mau tom, que um profissional não era lá muito profissional ao aceitar deixar-se condicionar por isto ou por aquilo, ou que uma linha editorial fosse pacificamente aceite por tudo e por todos; aceitava-se, ao fim e ao cabo, algum déficite de crítica e de participação;
hoje, por muitas televisões que existam, por muitos serviços noticiosos que se promovam, por muitas centrais de informação ou de divulgação que se criem é difícil silenciar o tom crítico e manifestamente de participação social e política que a blogosfera criou, que o mundo partilhado das tecnologias colocou ao nosso alcance;
hoje não nos ficamos por uma qualquer trafolhice manipuladora; hoje um diz preto e há mil a dizerem branco; hoje as coisas vão mais fundo, mais no subliminar da comunicação, na indução de comportamentos ou atitudes;
calar a crítica e a participação é impossível; o desejável é tornar estes meios mais democráticos; e isso fará toda a diferença no julgamento de uma medida de política ou na acção pública de um governo; e não há spam que resista;

Sem comentários: