segunda-feira, setembro 18

de fora e de dentro

procuro não cair na leve tentatação de discutir e contra-argumentar em torno das lógicas (dúbias e duvidosas) dos que são contra e dos que são a favor das Ciências da Educação e de qual o seu papel no contexto do estudo da escola e da coisa educativa;
procuro ir um pouco mais além, desculpem-me o pretensiosismo, e descortinar aquilo que fica daquilo que passa;
quando à dias escrevi que arranjar culpas e desculpas fora da escola é desculpabilizar e desresponsabilizar a escola e os seus actores, quero dizer exactamente isso; um exemplo, aquele que agora tenho trabalhado, o das questões em torno da disciplina escolar, vulgarmente trocada com a sua antítese, a indisciplina; habitualmente a responsabilidade não mora na escola, está na sociedade, na massificação educativa, nos meios de comunicação social, na indiferença dos pais/encarregados de educação; quanto muito um ligeiro assomo quando se apontam algumas referências aos modelos educativos, às estruturadas pedagógicas e, neste caso, a responsabilidade é acumetida ao professor, em particular à formação que (não) teve para determinar outros modos;
ora e a organização da escola onde fica? Por onde colocar os fluxos de alunos e de gentes cada vez de aspecto mais fabril que tecnológico? as lideranças educativas? as estruturas de participação e inclusão social e profissional;
neste como noutros aspectos não podemos ficar à espera de respostas nem de soluções préformatadas; para além do mais aqueles que porventura se adequem em Vizela, não serão as mais adequadas para Évora e mesmo nesta poderão variar de acordo com os públicos;
é aqui que quero dizer que não vale a pena olhar para fora da escola, apesar de ser mais visível e mais fácil;

1 comentário:

Miguel Pinto disse...

“e a organização da escola onde fica? Por onde colocar os fluxos de alunos e de gentes cada vez de aspecto mais fabril que tecnológico? as lideranças educativas? as estruturas de participação e inclusão social e profissional;
neste como noutros aspectos não podemos ficar à espera de respostas nem de soluções préformatadas;”
Absolutamente de acordo, manel… agora vamos lá procurar margens de autonomia para fazer prevalecer a diferença.
O espartilho legal que reflecte um Estado centralizador e avaliador/contábil tolhe a acção arrojada e inovadora dos actores locais. Quando existe, e para quem persiste, esbarra com resmas de orientações e outros quejandos… E qual é o governo que quer abrir mão deste instrumento poderoso – a escola – de controlo social?