terça-feira, maio 30

da culpa

escrevo há tempo suficiente para estar descansado e não se poder dizer que cheguei agora, por vias socialistas, a esta ideia;
as notícias veiculadas pela comunicação social que afirmam que a senhora ministra da educação acusa os professores pelo insucesso escolar irão, quase decerteza, desencadear fogos e atear ânimos;
mas, regressando à minha escrita, culpados os professores não serão, pelo menos os únicos; mas que, na generalidade dos casos e das situações, os professores não se sentem responsáveis, isso é verdade;
a maior parte das vezes as questões do (in)sucesso são atiradas para fora do professor - ou o aluno não se empenha, ou não se interessa, ou a origem familiar é isto, ou o contexto socioeconómico é aquilo, ou os antecedentes são o outro - o certo é que, repito, na generalidade das situações, o professor não se sente responsável pelo (in)sucesso dos seus alunos, como se fosse entidade ausente/presente;

1 comentário:

Miguel Pinto disse...

Espero que os professores não se deixem enganar pela agenda mediática que procura achincalhar a já denegrida imagem docente. Confesso que não me agrada a ideia da vitimação que no calor das discussões é adoptada por muitos professores. Creio que lhes retira clarividência para analisar todo o cenário em que se desenvolvem estas lutas.
Mas, por que razão é que temos de colocar o enfoque nas questões que aqui levantas? O problema dos professores não é o presumível incómodo pela presença dos pais ou a desresponsabilização que dizes existir, e eu acredito, em muito colegas de profissão. A questão central do documento em análise prende-se com a reconfiguração do papel do professor que é decidido nas costas deles e apenas visa resolver problemas de tesouraria de um Estado em falência moral. Será que isto não bastará para mandarmos o documento às favas?
Um abraço, caro amigo.