quarta-feira, maio 31

coisas e loiças

no âmbito da discussão sobre o novo (?) Estatuto da Carreira Docente, há coisas (algumas bastante interessantes) e há loiças, isto é, divagações em torno de uma qualquer nota de música;
por partes
primeiro - opinião todos temos e deve-la-emos expressar sempre que solicitada e sempre que considerarmos pertinente, adequado, oportuno - é isto que faz com seja um incontinente verbal;
segundo - que as coisas não estão bem, é unanime, que devemos mudar muito, é assumido, que não podemos (nem devemos) continuar como estamos é do senso comum docente; que existe um claro mau estar docente e profissional é generalizado; que temos, enquanto pofissionais da educação, que tomar partido é incontestável;
terceiro - este é um período de discussão, foi apresentada uma proposta, são atiradas ideias, é definida uma linha de orientação; não concordamos, apresentemos argumentos (válidos e pertinentes, adequados e realistas - não se caia no rídiculo), tracemos alternativas (não nos fiquemos pela constatação que é mau sem alternativas, sem apresentar outras propostas, outras ideias), que não nos fiquemos pelo ponto de vista sindical (seja mediático seja profissional, pois esse é também ele um ponto de vista que tem enquistado o funcionamento da coisa); que seja assumido que não há receio nem da avaliação e menos ainda dos pais/encarregados de educação;
quarto - e fico-me por aqui, que saibamos separar argumentos e opiniões entre razão e emoção; são ambos fundamentais ao funcionamento da escola, mas deverão ser separadas e clarificados no contexto de uma discussão que se pretede profissional e plural;
só assim podemos defender uma ideia de professor, uma ideia de escola;
e nesta ideia de escola, peço desculpa da impertinência pessoal, defendo uma escola pública aberta, plural e inclusiva, perante a qual é incontornável, fundamental e insubstituível a participação de pais/encarregados de educação, mas também da autarquia, de associações...
é esta ideia de escola pública que se discute e dentro dela qual o papel de cada actor educativo;

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