quarta-feira, abril 26

do público

geralmente há duas ou três ideias feitas sobre o trabalho que se desenvolve na administração pública;
ou é pouco e quase todo ele alentejano, isto é, lento, moroso e burocrático;
ou os chefes têm grandes poderes e grandes tachos;
ou qualquel outro conjunto de situações;
pelo trabalho que desenvolvo no âmbito da administração pública, e já passei por alguns lugares, não tenho esta imagem;
pelo contrário, há qualidade nos serviços que se desenvolvem, pessoas interessadas, competências e disponibilidade para que os processos não fiquem a dormir;
mas também é verdade que os serviços estão organizados disformemente, que não existe confiança, nem administrativa nem organizacional, para já não falar em política ou técnica;
como resultado disto, sinto que nem instrumento sou; não há orientações, apenas quotidiano; falta uma linha estratégica, a não ser aquela que eu desenho; falta equipa, no que sobra em alumas individualidades;
começo, lentamente, a descobrir que ainda não será desta que nos adaptamos a outros modos, a outras formas de organização, outros processos de trabalho;
teria que doer mais, muito mais, para que efectivamente nos sentissemos arrancádos à estagnação e fossemos em frente.

Sem comentários: