sábado, junho 11

coisas do tempo

O Miguel, em função do debate que percorre a administração pública, no corte de regalias ou situações profissionais, no caso o tempo de preparação dos professores, apresenta um texto, que comentei e que puxo e alargo neste meu cantinho.
quem defende, como ele o faz, uma dada imagem profissional, só o faz porque entende a profissão docente de modo crítico e reflexivo.
Crítico no sentido de poder apresentar temas, debates e argumentos que permitam não apenas o crescimento de um profissional, mas, fundamentalmente, a sua afirmação pessoal e social com base na profissionalidade.
Reflexivo, porque se (re)pensa a profissão e os modos de ser professor. Porque se procuram outras formas de se ser professor.
Na minha escola descobrem, progressivamente, que dispendo mais tempo fora da escola do que propriamente na escola. Na preparação das aulas, na definição de estratégias (de apoio, de compensação, de reforço, de avaliação, de colaboração, entre outras).
O grande problema, é que são ainda poucos os que fazem essa utilização e não é menos usual encontrar quem, dentro desse tempo, faça tudo menos algo relativo à sua profissão, ou perfeitamente desligadas da profissão.
A questão que hoje se coloca - e não apenas aos professores - é a capacidade de um dado profissional ser capaz de assumir a regulação da sua profissão (mediante a crítica e a reflexividade profissional) e não, simplesmente, a aceitar a regulamentação das sua acções, das suas funcões ou a definirem-lhe os objectivos exteriormente.
Se essa é a questão, o risco é deixar nas mãos dos outros a possibilidade de ser o que sou.

2 comentários:

Miguel Pinto disse...

A administração tem razões para desconfiar da capacidade dos professores se auto-regularem. Por um lado, é provável que a partir do seu próprio exemplo, os quadros dirigentes não encontrem referências de seriedade e de responsabilidade projectando nos outros (professores) esses atributos pessoais. Por outro lado, existem professores que preferiam não o ser. E não o desejando, não o sentindo, provavelmente, não se esforçarão para representar dignamente o grupo profissional a que pertencem.
É triste mas é verdade: Quantos de nós é que não anseiam por aplicar a cartilha única durante as 35 horas de trabalho?

«« disse...

A administração tem essa dificuldade e com razão, já que ela, olha para o espelho, e vê uma admiistração que não se consegue conter. daí que ache ser imoral este ataque. Manuel o seu texto complementa muito bem o do Miguel, a questão da ordem podia "colocar na ordem" esta questão.