quarta-feira, março 9

da necessidade

Nada melhor que criar necessidades para que os interesses se manifestem.
Eu explico. A alteração da legislação no âmbito da gestão escolar conduziu à necessidade de aqueles que se candidatam ou que se pretendam manter em cargos de gestão, possuam formação específica na área da administração. como resultado desta indução de necessidades, os interesses e os interessados nos cursos de mestrado na área da administração escolar são mais que muitos.
É bom, é óptimo esa oportunidade. Permite-se criar uma massa crítica passível de compreender, sob outros pontos de vista, a gestão da escola e, espero eu, criar a ideia que essa gestão vai muito para além do quotidiano, do umbigo individual ou da ponta do nariz (dos acólitos, diria o Miguel).
É bom por que essa massa crítica permite alimentar, espero eu, desejo eu, uma ideia de escola onde tenha pleno cabimento a gestão do tempo e dos espaços, dos interesses e das vontades e onde a avaliação seja matricial e a participação um caso efectivo.
Poderá também ser mau, uma vez que a autocentração gestionária, mesmo que com base em processos de formação específica, pode fazer crer que existe um modo correcto, uma forma mais adequado de gerir a escola, que existe um caminho, um sentido, que existem uns elementos no contexto da escola mais importantes que outros. Pode dar oportunidade à tecnocracia em detrimento da participação e do envolvimento da quantodade e diversidade de pessoas que preenchem e determinam cada escola em particular e em especial.
Tudo isto por que uma colega que faz mestrado me disse que na sua turma, maioritariamente, há elementos de órgãos de gestão ou com pretensões a ele.
Afinal, necessidades.

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