terça-feira, janeiro 18

da escuta

... escutar, apenas escutar. Gosto de escutar as conversas, perceber do que se fala, quais os juízos que se constroem, as impressões que se têm, que se criam. Eu sei que é feio, mas gosto de escutar as conversas da sala de professores, dos corredores, da biblioteca. Um bocado aqui, outro ali, bocados dispersos, por vezes desconexos, hologramas de mundos mais vastos, alguns muito distantes da minha pessoa.
Dois exemplos.
Há pouco trocavam-se ideias sobre aparelhos, necessidades e utilidades. Havia quem reclamasse dos aquecedores da sala de professores, porque não funcionam [apesar do ar condicionado] e quem referisse, como contraponto, os computadores avariados da biblioteca e do centro de recursos. Dessintonias claras. Ou talvez não.
Noutro ponto comentava-se o centro de astronomia criado apenas com vontades e, segundo diziam, sem conhecimentos suficientes para algumas perguntas.
Apenas escutas, fragmentos holográficos de uma realidade em trânsito.

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