domingo, dezembro 12

constatações

para além de chamar a atenção para os comentários referenciados na posta anterior, apresento também alguns pontos que podem ser passíveis de discussão, esta mesma ideia que aqui me traz e pela qual há muito me bato.
Antes de mais dois princípios fundamentais no meu modo de entender a escola:
- a escola e a educação são assuntos demasiadamente importantes para serem deixados ao uso (e algumas vezes abuso) exclusivo dos professores;
- o entendimento de uma correlação positiva de quanto maior a transparência e a visibilidade do que se passa na escola, ou noutro local qualquer, maior a legitimidade na afirmação do que são as qualidades de um trabalho educativo, das exigências e rigor do trabalho docente.
Após estes princípios reiterar duas concordâncias com o José.
Primeiro, reforçar a ideia de que efectivamente e infelizmente a escola está exageradamente fechada sobre si mesma (não é a primeira vez que escrevo sobre isso) circunstância que condiciona muito o trabalho que se desenvolve e tem sérias implicações no reconhecimento (seja do mérito seja do demérito) do que ali se faz. Daí concordar com críticas que já me fizeram sobre o eduquês, não na maneira como me as fizeram.
Segundo, que falta uma ideia de escola em muitas das nossas escolas que favoreça o debate e a troca de ideias, a construção de opiniões sobre o que é a escola o que é que pretendemos dela, qual o seu papel num dado contexto específico. Esta ausência de uma ideia de escola faz ou contribui para que toda a discussão existente seja marcada ou pela fulanização ou por meros ataques individuais, geralmente com afirmações de puro sarcasmo ou ironias deslocadas. Ora se falta uma ideia de escola não pode existir, de forma plena, um sentido de democracia e de participação - muitas vezes a participação é vista como obstáculo, impedimento ou impecilho ao que alguém pretende impor como vontade unilateral.
Agora, duas ideias que não indo contrariar o que o José escreveu, procuram espaços de afirmação.
O problema é que na generalidade dos casos as pessoas que se relacionam com a escola (pais/encarregados de educação, autarcas e demais políticos, entre outros) apenas se interessam por aquilo que se ali passa em momentos e/ou situações específicas - conflitos, divergência de interesses, eleições, etc., circunstância que também não favorece uma troca razoável e estável de informação, de comunicação entre as partes.
Neste sentido, que mecanismo podem ser desenhados para que a informação circule necessariamente por onde existe interesse e interessados? que informação veicular numa perspectiva de estabelecer graus e níveis de comunicação entre as partes de um todo?
Finalmente - este deve ser uma das minhas postas mais longas - há muito que me bato por uma arquitectura diferente, por uma outra utilização do espaço, por uma outra distribuição dos tempos que permita ou pelo menos facilite a comunicação entre elementos, a estruturação colectiva (conjunta, em equipa) do trabalho docente, a estruturação de projectos, o próprio trabalho de projecto, como é possível definir outros níveis de utilização dos espaços, que medidas definir para apoiar a diferenciação?
Tenho, ao que apresento e ao que pergunto, duas ideias que carecem ainda de muito aprofundamento e alguma fundamentação, por um lado a territorialização educativa (o Miguel chama-lhe escola cultural) outra a formação em contexto.

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