sábado, outubro 23

vox populi

o José Teixeira deixou um comentário que daria mano para mangas e permitiria, se este fosse o espaço para o efeito, iniciar um redesenhar não apenas da sala de professores mas da própria escola, das suas funcionalidades, das suas lógicas instituídas e instituintes, da sua organização de espaços, tempos e objectivos e, inevitavelmente, do conjunto de relações que neste espaço se desenham, se entrecruzam, chocam e interpenetram.
Apesar de este ser um tema que claramente me apaixona mas também por considerar escasso este espaço e insuficientes os meus conhecimentos apenas reafirmo uma ideia.
Nas plantas iniciais dos estabelecimentos de ensino de 2º, 3º ciclo ou secundário (P3 ou P5) a sala de professores era junta ou pelo menos nas proximidades do órgão de gestão. Com o tempo, com as vivências, com a habitabilidade e redefinição de espaços e funções foram-se afastando uma da outra.
Concordo com o José quando afirma que a sala de professores acaba por ser um lugar árido e pouco estimulante do ponto de vista intelectual e quase irrelevante do ponto de vista pedagógico.
Estou certo que não decorre apenas da arquitectura mas de quem a vive, tal como refere o Agostinho, outro colega, destacando as diferenças.
Mas aqui surgem os desafios, como tornar a sala de professores um lugar estimulante, quer do ponto de vista político quer sob o ponto de vista pedagógico? como criar espaços de debate, diálogo discussão e participação não apenas na sala de professores mas na escola?
E na eventualidade de uma qualquer resposta certamente que existirá um elemento comum, transversal às possibilidades e às hipóteses consideradas, o professor, a pessoa. Enquanto não ultrapassarmos medos e fantasmas, enquanto não assumirmos uma ideia política de profissão, enquanto não exigirmos a definição do nosso próprio caminho, estou certo que a sala de professores mais não será que um local de passagem, um momento onde se discorre sobre defeitos e piadas de caserna.

Sem comentários: