sábado, outubro 16

da pena

a partir desta posta pus-me a pensar, é verdade, de quando em vez penso, sobre a quantidade de momentos em que desesperei, em que me irritei com a minha profissão de docente dos ensinos básico e secundário.
Pelas agruras que um indíviduo passa, pela sensação de incompreensão, de incomodidade, de indiferença, de incapacidade de fazer mais, de fazer diferente, de fazer apenas e em muitas das vezes.
Já percorri todo o vasto sistema educativo, desde a escola atrás do sol posto até aos corredores da 5 de Outubro, passando pela direcção regional e pela 24 de Julho. Já participei em milhares de horas de conversa, (de)formação, encontros, debates e tudo o que se possa pensar sobre o sistema, sobre a profissão, sobre a capacidade de fazer mais e melhor, não apenas pelas crianças que temos pela frente, pela oportunidade que todas merecem de saber mais, de conhecer melhor, mas também por esta minha região, por este meu país.
Muitos dias cheguei e dizia que saía do sistema, que mudava de área, de profissão ou do que quer que fosse desde que me atirasse para longe das frases feitas, das vulgaridades e das banalidades que são ditas e feitas sobre e à custa de professores, dos alunos, da escola.
Mas sempre voltei à escola, sem cargos em qualquer encargo que não o meu e sempre me senti apaixonado pelos olhos que brilham de curiosidades, pelo despertar da pergunta, pela capacidade de ir à procura.
Continuo a acreditar que vale a pena e, estou certo, que o Ademar e muitos, muitos outros também. É este o desafio, construir um sentido não apenas de escola, mas de que a escola vale a pena.

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