Já fui um acérrimo defensor do referendo às questões europeias.
Os argumentos invocados para a sua não realização, reforçavam a minha convicção quanto à sua necessidade.
hoje, concordo com a decisão do primeiro-ministro, mas discordo dos argumentos apresentados;
Por muito que se queira discutir a Europa, os seus sentidos e o seu modelo social, o referendo não é um dos momentos para o efeito;
Como foi possível observar em França e na Holanda, quando ambos os países recusaram a constituição europeia, o não foi interno e não a recusa à Europa ou a um modelo social europeu.
Tenho pena que se tenham perdido oportunidades sucessivas de se discutir a Europa e de qual o papel que nós, portugueses, pensamos poder ter neste processo,
neste momento a grande preocupação sobre a Europa é que funcione e o tratado de Lisboa, por muito que muitos procurem dizer o contrário, mais não é que uma proposta organizacional para que a Europa funcione com 27 membros, o que implica um conjunto substancialmente diferente de condições de funcionamento quando era constituída por 6, passou para 9, depois 12 e assim sucessivamente e que não irá parar;
o tratado constitucional até podia não ter grandes diferenças com este tratado de Lisboa, mas há um elemento que faz toda a diferença; o primeiro visava objectivamente um estado federal, o tratado é apenas uma recomposição organizacional - com implicações no peso e nas possibilidades dos diferentes países, é certo, mas não deixa de ser uma reconfiguração da organização dos serviços;
quinta-feira, janeiro 10
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